D’ALVORADA

D’ALVORADA

Têm sido raras n’essa latitude

Manhãs assim, de densa e alva neblina.

Mas gravo o inopinado na retina:

Uma imagem de paz e solitude.

Fiquei ali parado o quanto pude,

Envolto em cerração e chuva fina.

Sonho, que o despertar já não termina,

Com névoas esvoaçantes sobre o açude...

Contemplo a onipresente claridade

Enquanto o sol aos poucos tudo invade,

Cegando-me alto o olhar na plena alvura.

Então, experimento a ausência em tudo

E posso enmimesmar-me, a solo e mudo,

Pela neblina diáfana em luz pura.

Betim 31 05 2013