OLHOS DE DELITO

Por teus olhos incautos ali me enxergarem

Distraídos da vida pela lápide aguerrida

Meu cansaço do tempo a nadar pelos mares,

Neles eu o repousaria qual em doce guarida.

Eu senti os teus braços ali soltos a esmo

Absortos dum corpo a jazer sem sentido...

Procurei tua alma acender de desejo

Qual um último verso a poder ser "tecido".

Acendi teu sorriso no raiar da aurora

Te contei um segredo sempre nunca preciso

Na prolixidade da ansiedade da hora

Ensaiei um soneto meio corpo de delito.

Se teus olhos pudessem enxergar –me agora...

Na celularidade já ouviriam meu grito.