O passeio cemiterial

Tentas falar o crânio morto e catas,

Só tens um choro à carne craniana

De uma urbe monstruosa, morta e humana,

Que isso hás de lamentar e inda te tratas.

Vejo uma cruz doirada como as pratas,

Como o fulgor escuro que se dana

Uma altivez brilhante e byroniana,

Em podridão das carnes más e ingratas.

Quando eu morrer num belo cemitério,

Co´a dor intensa e o medo do mistério

Que eu hei de amar a noite bela e augusta.

Com meus choros sangrentos e infinitos

Só para mim, nos olhos mui aflitos,

Que um bom sepulcro sempre nos degusta.

Lucas Munhoz - (30/11/2015)

Lucasmunhoz
Enviado por Lucasmunhoz em 30/11/2015
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