Melancolia

Na fulgurosa chama alumiante,

que lança pelo céu formosas línguas,

caminho diante delas e extingo-as,

deixando que uma lágrima as espante.

Ninguém se compadece a um peito arfante

a perecer nas súplicas, à míngua;

e a vida se desprende, então eu xingo-a

aos infernos que vão no meu semblante.

E a pérfida alegria que alentava

e que outrora era a ardente e ígnea lava,

petrificou-se e fez o meu tormento.

Porque a alegria é efêmera e vai embora:

fervilha, pousa um ósculo e evapora;

mas a tristeza dói ainda aqui dentro.

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 29/11/2015
Reeditado em 29/11/2015
Código do texto: T5464839
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