Soneto de Colapso

Não tento ser gentil comigo mesmo...

Agindo assim não posso, transladado,

fugir comigo mesmo do meu lado.

Não posso ser gentil correndo a esmo.

Cabelos desgrenhados, fico rente

ao passo de quem vem ao precipício.

Quem sabe, se eu voltar lá pro início,

procure o que perdi. Quem sabe o pente...

Eu vejo um céu aberto, mas de fora.

Eu não pulo do muro que não quero.

Eu não fui nada e nada faço agora.

Se nesse tempo andado não fui lido,

ao menos me esmaguei sendo sincero.

Sorrindo, nada sofro em ter sofrido.