Soneto de Despedida

(26/11/15)

Despeço-me! Como quem não queira voltar

De um passado que dista, embora presente;

Tais como feridas de guerra que voltam a brasar,

Profunda na imensidão deste canteiro de gente.

A alma amargurada que espera um momento feliz

Tão ruidosa e impaciente não perdoa

Ansiosa e inquieta como um mero aprendiz

De tão vago momento que por ser breve, voa.

Despeço-me saudoso e arfante

Sem beiras, paz ou cais.

Silente como arteiro infante

Sem porto, nem rumo ou aluviais.

De um adeus tão sofrido, meu espírito gentil ainda obstina em pedir:

Que não me chorem agruras que ainda me teimam em expelir.

(26/11/2015)