ORAÇÃO AOS MOÇOS
ORAÇÃO AOS MOÇOS
Bem sabeis, aborrecem-me os covardes
Tanto quanto sei qu'eu os aborreço.
Dizem eles todo homem ter seu preço,
Bastando a oferta certa e sem alardes.
Por si medem os outros e se olhardes,
Seu vício é ostentado onde o adereço.
Mas vereis que estas farpas que endereço
Expõem muito de suas fúteis tardes.
Não vos admireis d'esse isolamento,
Vivendo cercado de incompreensão
Por todo lado e a todo o momento.
Tão-só rogo-vos: Não vivais em vão!
Mesmo sós, clamai contra todo intento
De aviltar as razões do coração.
Betim – 26 11 2005