Paz negra
Paz é noite, é luar escuro, é lua...
As asas do urubu tão tenebroso
Com sorriso do amor maravilhoso,
Em que o voo veloz inda flutua.
Assiste à sepultura negra e crua,
Estarás no lugar mui assombroso
Que sempre podes rir, além do gozo,
Avive, sem horror, que a sombra é tua!
Recai-lhe ao sepulcrário quem te encanta,
É o mistério macabro, enquanto canta
Como a sombra do vale, como a morte.
Quando um anjo da estátua reclinar
Uma dor luminosa, igual a um lar,
Que um resplendor lunar o desconforte.
Lucas Munhoz - (25/11/2015)