LEMBRANÇA

LEMBRANÇA

Ontem eu te abracei com uma fé

Que vence a escuridão e a dor em volta.

Como quando pequena e sem revolta

Me vinhas com calor, ternura até...

O que há de bom n’aquele teu gesto é:

Tu, nos meus braços, toda entregue e envolta.

Diante d'esta imagem tudo volta

Ao amor que nos manteve os dois de pé.

Mas, hoje, de vergonha e raiva choras

Enquanto olhando triste para as horas,

Talvez já te ressintas da lembrança.

Sabe-o tu: nunca estou longe demais.

E, embora desgostosos os teus ais,

Sempre sempre serás a minha criança.

Belo Horizonte – 02 06 2005