AQUIROPITA
AQUIROPITA
Porque tudo se anima à força d’arte
Sob seu encanto maior e mais fecundo.
Mas jamais saberemos d’onde oriundo,
Se, sem embargo, está em toda parte.
Oxalá se soubesse escrito ao encarte
Do ícone ora o mistério d'esse mundo...
Pois, com que armas se doma outro iracundo,
Senão as que o Encarnado nos reparte?
Sim... Vós outros haveis Deus intuído,
E, à beira da heresia, o dogma amais:
Imagem venerável d'Ele havido!
Para além-tudo, olhai e vede o Ungido
Contemplando às alturas vossos ais...
Ide! Divino o humano após tornais.
Belo Horizonte – 10 10 2001