Verso fugido

Eis um soneto em colapso com a rotina

Um trato, um feito e um afeto.

Descido de um amor que virou sina

Sem pai, sem filho e sem neto...

Eis que vem um soneto sucumbindo

Em detalhes e gestos, a olhares e risos!

Rebulido e acharcado de vida, de vindo...

Nos calços de meus passos e seus pisos.

- calar-te-ei verso, antes que tarde caia,

Sobre o solo que protege o verbo, da vaia.

Inconsolado.

- deixar-te-ei sim, que serene sobre o fado,

Formoso, feito a ti. A roubar-me de um rogado.

Musicado.

........... “ Catarino Salvador “.

Catarino Salvador
Enviado por Catarino Salvador em 23/11/2015
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