Navegantes
Edir Pina de Barros

O pranto que os teus olhos sempre encharca
um dia há de secar em plena enchente,
mesmo que deixe dentro o peito a marca
da dor. E seguirás serenamente.

Aprenderás conter na própria mente
o estio da alma e tudo o que ele abarca,
e então conduzirás humildemente
no mar da vida a tua frágil barca.

Se a vida é mar sejamos navegantes,
atravessemos íntimas procelas,
as águas revoltosas, inconstantes.

Cuidemos, pois, dos mastros e das velas,
- os pensamentos bons, edificantes, 
que curam toda dor, mortais mazelas.
 
Brasília, 4 de Maio de 2013.

Lira insana, 2016: pg. 85
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 22/11/2015
Reeditado em 25/07/2020
Código do texto: T5457606
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