Soneto olhos negros

Teu sorriso sem dentes

É o fiel retrato de ti

Um ser tão quieto e frio

Tal qual o inverno mais gelado de um rio.

Esses teus olhos negros

Poderiam ser traduzidos com o vermelho

Pois são tão tristes e chorosos

Que parecem-me rios de sangue.

Pois bem, tu culpas teus fracassos.

Mas ao cair, não tendes forças

Para levantar os joelhos e caminhares?

Ah, Olhos negros, caminhes!

Deixe o ventar da brisa conduzir-lhe

Levemente ao colorido, singelo arco-íris.