LÁGRIMA SEM LÁGRIMA
O sertanejo levanta as mãos calejadas
ao horizonte infindo, no seu olhar o reflexo
de uma luz fria, desesperada, com rajadas
de assombros, de temor. Momento complexo.
Roga a Deus orações comedidas, engajadas
de alentos, de desejos simples, desconexo
com riqueza, com sofisticação, alijadas
de arrogância. Ora: estático, só, perplexo.
A paisagem cruel, tórrida e castigante,
potencializa a aflição, destitui a confiança,
arrebenta a fé, provoca dor instigante.
Paradoxo a tudo isso vem a matéria prima
da vida: a Fortaleza Divina, a pujança;
mesmo que derrame lágrima sem lágrima.
O sertanejo levanta as mãos calejadas
ao horizonte infindo, no seu olhar o reflexo
de uma luz fria, desesperada, com rajadas
de assombros, de temor. Momento complexo.
Roga a Deus orações comedidas, engajadas
de alentos, de desejos simples, desconexo
com riqueza, com sofisticação, alijadas
de arrogância. Ora: estático, só, perplexo.
A paisagem cruel, tórrida e castigante,
potencializa a aflição, destitui a confiança,
arrebenta a fé, provoca dor instigante.
Paradoxo a tudo isso vem a matéria prima
da vida: a Fortaleza Divina, a pujança;
mesmo que derrame lágrima sem lágrima.
PS: SONETO COMPOSTO RETRATANDO A DURA REALIDADE DO POVO NORDESTINO, UMA LUTA INCESSANTE PELO ACESSO A ÁGUA.