DESVENTURA

Está no peito meu o amor sincero,

Entre o beijo da mágoa tão agreste

Que sobrevive em dor que me fizeste,

No sonho de paixão que já não quero!

O tempo se mostrou de amor severo,

Na maior esperança que me deste,

Da qual se revelou como uma peste

E nada dela nunca mais espero!

E agora a solidão, enfim, abraço,

Carregando em memória este fracasso

Num desespero convertido em pranto...

Oh, sorte! Que tamanha desventura!

A viver de sentir a vida escura,

De no meu coração amar-te tanto.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 20/11/2015
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