Velha espada
Repouse a velha espada na alva areia,
permita que o impiedoso tempo leve,
e que o abjeto pó voe na breve
aragem que se enlaça entre as ameias.
Porque este atroz metal não mais anseia
por outros combatentes, não se atreve
a trespassar um peito que, hirto, à neve
tomba, para que então na morte creia.
Em vão eu procurei salvaguardá-la,
mas a alta voz das eras não se cala
e rompeu os umbrais do meu abrigo.
A espada avariou-se no bafio,
à lâmina dei força, lustro e fio...
Mas nada supre o sangue do inimigo!