Velha espada

Repouse a velha espada na alva areia,

permita que o impiedoso tempo leve,

e que o abjeto pó voe na breve

aragem que se enlaça entre as ameias.

Porque este atroz metal não mais anseia

por outros combatentes, não se atreve

a trespassar um peito que, hirto, à neve

tomba, para que então na morte creia.

Em vão eu procurei salvaguardá-la,

mas a alta voz das eras não se cala

e rompeu os umbrais do meu abrigo.

A espada avariou-se no bafio,

à lâmina dei força, lustro e fio...

Mas nada supre o sangue do inimigo!

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 20/11/2015
Reeditado em 28/11/2015
Código do texto: T5454721
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