Peregrino

A noite fia seu manto interminável

de escuridão. Cumpre a lua sua sina

e, toda nua, se encolhe na neblina,

leve véu de um encanto imperscrutável.

Sombras ao vento brincam de esconder;

há um cheiro de mato, um gosto de amora,

e a umidade do orvalho da aurora

rega ao fim da noite o amanhecer.

Eu estou já desde ontem acordado,

remexendo em meu álbum de lembranças.

Peregrino de tudo que é andança,

nesse meu olhar pálido e cansado

que tudo vê opaco, empoeirado,

inda se oculta um brilho de esperança.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 19/11/2015
Código do texto: T5454437
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