O amor livra a alma do dessentir.
Aprisionada no cárcere do ressentimento,
Segue a alma lutando contra o dessentir,
Debatendo-se desespera-se no movimento,
De um peito que bate para ninguém ouvir.
E como comboio de cordas em batimento,
Bate apressado o coração pelo doce sentir,
E num esperar repleto no destemperamento,
Destempera a vida, e sem sabor vai-se o sorrir.
Restando para alma o duro combatimento,
Entre a razão; que arrazoa para desistir,
E a Paixão que impele ao prosseguimento.
Assim é a vida deste que escreve o lamento.
Sorri na luta, que faz a luz viva do amor luzir.
Limpando a alma das durezas do destempo.
(Molivars).