JOGO DA MEMÓRIA
JOGO DA MEMÓRIA
Mas onde estão os pares encadeados?
As figuras que, idênticas, parelho?...
Eis minha sorte sob cartão vermelho,
Cujos sonhos em signos desenhados.
Revê-lo é ter que lances já passados
'Inda podem valer-me por conselho.
Um espelho se mira n’outro espelho,
Onde dons aos sentidos desvendados.
As cartas postas sobre o tabuleiro,
Embora alheias a outro sortilégio,
Têm um quê de infantil ou de traiçoeiro,
Que a memória associa ora encantada:
Da miséria vazia por um nada
À glória plena d’um presente régio.
Belo Horizonte – 12 06 2004