Manifesto silente
Gritos de saudades calam na espreita,
No alvoroço de sentimento acordado,
Há um querer que ausência não aceita,
O desejo em fios por dentro é bordado.
Lágrima que dimana e flui sem tristeza,
Lábios que movem avocando pelo nome,
Queima na tez uma brasa sempre acesa,
O brado de arrepio no corpo com fome.
Implorando toques, o anseio evidencia,
Estouro de bel-prazer no canto se abafa,
O ser fala mudo:_Permita-me ser alfafa.
Falta a vista, falta carícia, sobra poesia,
É vago o encontro, vaga a troca visceral,
E é faltoso o acomodar anatômico, literal.
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
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