LAPSO
Nas borbulhas do fogo arisco da paixão
Queima fervilhante um sangue devasso,
Asfixiando o meu desejo num forte laço
Que uiva em promiscuidade e excitação.
Gradualmente o selvagem toma o espaço
Na cólera febril d'meu ser em possessão,
Faminto por seu corpo, que é submissão
Sou envolto pela insanidade, num abraço.
Inflamado pelo apogeu do clímax carnal
E nos cânticos líricos, lascivos de clamor
Vejo algo pulsar em meu refolho, surreal!
A ternura invade e domina-me com fulgor,
Esfria a Quimera e abre-me após o ritual
E nesse breve instante a luxúria virou amor.