O MEDO EM SONETO

O MEDO EM SONETO

O medo é expressão máxima da nossa fragilidade

Não se intimida com a força, nem com a coragem

Conforme a idade o homem mostra sua debilidade

Tal qual estiagem de uma curta vida em passagem

Desde cedo repara em monstros da sua imaginação

No consolo da chupeta enfrenta o boi da cara preta

E assim mesmo adormece ouvindo a eterna canção

Mais tarde entende que o vil monstro é só historieta

Tem plena convicção que medo maior é o da solidão

Sua razão diz que o extremo temor é o da escuridão

Solidão e escuridão habitam no homem sem suporte

Grande e esbelto, agora tem medo do desconhecido

No destino definido reage como intrépido destemido

Se faz consciente ao temer a dor da inevitável morte

Marco Antônio Abreu Florentino