ENCHENTE NA ALMA
O dique que se rompe em minh´alma
Repleto de paisagens turbulentas
Era, um dia, a mesma água calma
Em que memórias navegavam lentas...
Hoje lembranças de dias tristonhos
Irrompem densas águas lamacentas
E aqueles dias breves, só de sonhos,
Desaparecem em curvas agourentas...
Nesse dia assustador a alma precisa
Romper suas águas sujas, represadas
Para amainar dores dissimuladas...
Depois que a enchente passa, ameniza
A tristeza, e a dor em mim transmuta,
E torna à paz o que era força bruta!...
Ângela Faria de Paula Lima
ENCHENTE NA ALMA
E ntre lamas e sujeiras
N estes versos em que a alma
C hora em tristeza verdadeira
H oras, por um momento de calma
E quando explode a turbulência
N as correntezas enlamadas
T udo se torna carência
E a alma não se sente amada
N ada como ter esperança
A trás de uma tempestade
A i surge aliviada bonança
L evando o lamaçal da vida
M etamorfose dos versos
A calentando de alegria o universo.
Angélica Gouvea