A sina profunda

No Ceará vive um homem, que morre a cada olhar

Que sofre dele uma morena duma jangada

Do grande mar, onde pescadores pobres do mar

Vivem rente às sereias enfeitiçadas...

Ali, onde o impetuoso gigante habita o infinito,

Chora uma alma, uma criança que vive

Numa solidão eterna, porém com teor bonito:

É onde a alma dorme e a gente morre...

Se o belo é imortal é lá que existe,

Pois o bem lá no fundo habita as profundezas -

A Eterna Pátria, de onde vem a eterna lida...

Se um poeta de lá encanta, é triste

Se a eternidade aqui é morte quando lá é alteza,

Por isso o poeta é eterno, pois mentir é sua sina...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 13/11/2015
Reeditado em 13/11/2015
Código do texto: T5447999
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