O solo e a semente
O desejo no peito em canto, um doce amor
Tu germinas qual alga em meu coração-mar
Singra devagar, brota em um enlevo-flor
És Flor minha de amor, Flor és minha de amar
Se meu mar pobre fosse um seco coração
Tua semente, eu crente, orvalharia esta dor
Do polem da paixão, brotando amor então
Fazendo do meu peito um jardim de ti: ardor!
No mais, o teu rebento está hoje em mim crescendo,
Na antes infértil terra, um forte sentimento
Qual com muito valor dói, inda faça crer
Que a bela flor é a nau que no mar vem tecendo,
Entre este teu trajeto, ante o nobre momento
De encontro desse solo e a semente, um Viver!