ENCHENTE NA ALMA
 
O dique que se rompe em minh´alma
Repleto de paisagens turbulentas
Era, um dia, a mesma água calma
Em que memórias navegavam lentas...
 
Hoje lembranças de dias tristonhos
Irrompem densas águas lamacentas
E aqueles dias breves, só de sonhos,
Desaparecem em curvas agourentas...
 
Nesse dia assustador a alma precisa
Romper suas águas sujas, represadas,
Para amainar dores dissimuladas...
 
Depois que a enchente passa, ameniza
A tristeza, e a dor em mim transmuta,
E torna à paz o que era força bruta!...
13/11/2015
 
Ângela Faria de Paula Lima