REBRILHO

Certa vez despertei sob um céu de absinto

Aonde até a luz da lua se negava a acender

Cada estrela ofuscada era um flash impreciso

A me desfocar, sem que eu pudesse me ver.

Nebulosas passavam a levar o escondido

Bem além do horizonte de tanta escuridão...

E a mão que estancava era o corte incontido

Que sangrava por dentro, a me negar compaixão.

Mas um vento longínquo que soprava qual brisa

Pelas ondas dum tempo que só sabe passar

Resgatou do horizonte o meu céu sem guarida

De estrelas perdidas... prontas a rebrilhar.

Quando a mim retornei encontrei dia alto!

E do meu sobressalto... fiz-me sol a queimar.