Senti a dor trespassar... ! (soneto)

Senti a dor trespassar... ! (soneto)

Depositei em tuas mãos a mocidade

Senti a dor trespassar o coração.

Cansado de aguardar outra intenção,

Que a vida me frustrou em tenra idade.

Na perfídia que o tempo não apaga

Nos males que contra mim conjuraste,

Vós que meu peito, por vós, inflamaste

Sóis da paixão imortal, a própria adaga

Tolhendo à vida, os sonhos de ventura.

Ponde fim, a um tormento, tão comprido

Já acabei pobre d’amor, desiludido

Vergonhoso castigo de desventura,

Por vós a mim infligido sem sentido,

Retraíde-vos, desse pesar em vós ‘scondido !

São Paulo, 10/11/2015 (data da criação)

Armando A. C. Garcia

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