A causa reta
Oh morte daquilo que me foi útil,
Tristeza no sorriso vagabundo,
Desejo a morte daquilo que me foi fútil,
Quero nascer mais velho e moribundo...
Se a eterna peleja faz-me lágrimas,
Se eu devoro a tristeza em palavras,
Desejo um campo de letras menos áridas
Que a vontade eterna que me parava...
E, num movimento incessante do coração,
Esperar à espreita da companhia da solidão
E, quem sabe um dia, ser considerado mera ilusão...
Porém, se meu peito profana a religião dos poetas,
Se minha pena afaga as putas e as fatais setas,
Eu jorro de felicidade por ter morrido em festa...