Menino de rua
Não tenho voz, minha aparência emite o pedido.
Porém não dão ouvidos à minha fome, e ela dói,
A agressão mora em minha casa, agora partido,
Meu coração pede a volta; minha alma se destrói.
Quero colo, quero um ombro amigo, quero escola,
Lençol cheiroso que mamãe lava com amaciante.
Ai, que saudade tenho; eu estou doido da cachola,
Eu estou tão porco, tão maltrapilho, insignificante.
Mamãe me ouça, eu te preciso e peço, por favor,
_Não me maltrate, sou pedaço de ti, e me respeite,
Quero voltar, minha ferida pede que eu não aceite.
Meu sorriso anda escondido, com tanto desamor,
Minhas lágrimas estão em diarreia; em enchente.
Mamãe me cuide; sou tão miúdo, mas eu sou gente.
Uberlândia MG
Soneto infiel- sem métrica
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