Menino de rua

Não tenho voz, minha aparência emite o pedido.

Porém não dão ouvidos à minha fome, e ela dói,

A agressão mora em minha casa, agora partido,

Meu coração pede a volta; minha alma se destrói.

Quero colo, quero um ombro amigo, quero escola,

Lençol cheiroso que mamãe lava com amaciante.

Ai, que saudade tenho; eu estou doido da cachola,

Eu estou tão porco, tão maltrapilho, insignificante.

Mamãe me ouça, eu te preciso e peço, por favor,

_Não me maltrate, sou pedaço de ti, e me respeite,

Quero voltar, minha ferida pede que eu não aceite.

Meu sorriso anda escondido, com tanto desamor,

Minhas lágrimas estão em diarreia; em enchente.

Mamãe me cuide; sou tão miúdo, mas eu sou gente.

Uberlândia MG

Soneto infiel- sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 10/11/2015
Código do texto: T5444617
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