Eu
“Meu nome…! É simples e pobre,
Mas é sombrio e traz dores;
Grinalda de murchas flores
Que o Sol queima e não consome…”
(CASIMIRO DE ABREU)
De pensamento tão embaralhado
Quanto os caóticos cachos do cabelo –
Não tão feio, mas também não belo;
De qualquer graça maior privado.
Olhos negros, vácuos; traumatizado
(O que se vê no semblante de gelo
Encimado por satânico selo)
Por fracassos de um trágico passado.
Filho do Ennui e da Neurastenia,
Expelido tal qual um dejeto dos Céus
E hoje tendo que viver de poesia,
Qualquer coisa, menos um presente de Deus
Posso considerar-me – mas, por ironia,
Ostento a todos vós meu nome: Matheus.