Eu

“Meu nome…! É simples e pobre,

Mas é sombrio e traz dores;

Grinalda de murchas flores

Que o Sol queima e não consome…”

(CASIMIRO DE ABREU)

De pensamento tão embaralhado

Quanto os caóticos cachos do cabelo –

Não tão feio, mas também não belo;

De qualquer graça maior privado.

Olhos negros, vácuos; traumatizado

(O que se vê no semblante de gelo

Encimado por satânico selo)

Por fracassos de um trágico passado.

Filho do Ennui e da Neurastenia,

Expelido tal qual um dejeto dos Céus

E hoje tendo que viver de poesia,

Qualquer coisa, menos um presente de Deus

Posso considerar-me – mas, por ironia,

Ostento a todos vós meu nome: Matheus.

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 08/11/2015
Reeditado em 23/09/2023
Código do texto: T5441901
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.