"Àquele cuja fome espera"

Àquele cuja fome espera

A fome que estará saciada

No outro, enquanto este, quimera,

Padece de fome engaiolada...

E, se o que sacia a fome está, sempre

Apenas onde nós a pomos,

Pra que enraizar felina fome

Entre patas caninas e alpiste sem nome!?

E se, então, surgir a liberdade

Que desmoronasse a espera em cadeia

E desencadeasse uma fome dual ?!

Libertos estariam, um para o outro,

E, ambos, para a saciedade

Ou para uma liberdade de esfomear-se da falta...

Por Marco Antônio de Araújo Bueno