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Edir Pina de Barros

Caminho leve e livre para o abismo,
procuro em mim o ignoto, que me habita,
no breu interno busco a luz bendita,
a fonte transparente do lirismo.
 
Prossigo. E nada penso e nada cismo.
E nada me perturba ou deixa aflita,
andejo em paz, sem medo da desdita,
liberta das amarras do egoísmo.
 
Eu nado levo. A mente está vazia,
porém mantenho a força da ousadia
do instinto, do meu íntimo vagido.
 
Caminho rumo ao novo que há no antigo,
e a procurá-lo, dentro em mim, prossigo,
perdido dentre os eus, de mim perdido.
 
Brasília, 04 de Novembro  de 2015.
Lira insana, 2016: 70

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 04/11/2015
Reeditado em 23/01/2024
Código do texto: T5437690
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