Resiliência
Edir Pina de Barros


Como escrever sonetos quando a vida
está sem ritmo, assaz descompassada,
sem rimas, sem encantos, sem mais nada,
e da poesia estou aquém, perdida.
 
Como escrever se a vida me convida
a me calar? Mas se eu ficar calada
eu morrerei de tédio, mergulhada
no visco que há no limo da ferida.
 
Eu beijarei a dor que me angustia
(jamais versejará quem só blasfema)
com todo o meu dulçor, sabedoria.
 
Arrancarei da essência do dilema
- do abismo mais profundo da agonia -
o força visceral de algum poema.
 
Brasília, 03 de Novembro  de 2015.

Versos alados, pg. 29
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 03/11/2015
Reeditado em 10/08/2020
Código do texto: T5436415
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.