Resiliência
Edir Pina de Barros
Como escrever sonetos quando a vida
está sem ritmo, assaz descompassada,
sem rimas, sem encantos, sem mais nada,
e da poesia estou aquém, perdida.
Como escrever se a vida me convida
a me calar? Mas se eu ficar calada
eu morrerei de tédio, mergulhada
no visco que há no limo da ferida.
Eu beijarei a dor que me angustia
(jamais versejará quem só blasfema)
com todo o meu dulçor, sabedoria.
Arrancarei da essência do dilema
- do abismo mais profundo da agonia -
o força visceral de algum poema.
Brasília, 03 de Novembro de 2015.
Versos alados, pg. 29
Edir Pina de Barros
Como escrever sonetos quando a vida
está sem ritmo, assaz descompassada,
sem rimas, sem encantos, sem mais nada,
e da poesia estou aquém, perdida.
Como escrever se a vida me convida
a me calar? Mas se eu ficar calada
eu morrerei de tédio, mergulhada
no visco que há no limo da ferida.
Eu beijarei a dor que me angustia
(jamais versejará quem só blasfema)
com todo o meu dulçor, sabedoria.
Arrancarei da essência do dilema
- do abismo mais profundo da agonia -
o força visceral de algum poema.
Brasília, 03 de Novembro de 2015.
Versos alados, pg. 29