BENDIGO TUAS MÃOS
Bendigo as tuas mãos aveludadas
Que, em tantos gestos, só faltam falar;
Mãos que às minhas mãos entrelaçadas,
Deus assim fez tão frágeis para amar.
Bendigo as tuas mãos tão delicadas,
Tão dadivosas ao me consolar,
Quando na vida as duras caminhadas,
Roubam-me a fé e querem me parar.
Bendigo as tuas mãos que, ternamente,
Tentam mostrar a mim tão claramente
O curso sinuoso do caminho...
E, carinhosas, num zelo discreto,
Abrandam minha dor com puro afeto,
A me mostrar que não estou sozinho.
(Soneto dedicado a minha
amada esposa Deny).