CORAÇÃO CALADO
Sagrou-se o canto em teu peito
e amorosamente me cingiu
de silêncios em doces feitos,
traduziu-me e daqui não mais fugiu.
Visitou-me prisioneira do amor
Nas celas da saudade coronária
Sem que se possa falar dessa dor
Sem sonhos e vida solitária.
Ouviu meu coração calado, silente,
Querendo gritar o amor que viveu
Preso, agoniado, sobrevivente
Quando esbarrei na voz que me prendeu
Condenando-me a falar somente
Às grades que um dia me comoveu.