A ESPERA DUM POEMA

Vai-se a noite travestida de luzes

Pelas frestas da grande cidade

As orgias se preparam em cruzes

Estandartes das tantas saudades...

Vai-se o tempo nas encruzilhadas

Vai-se o verbo que já se calou

Vão-se corpos nas horas nubladas

Dentre o todo que se renegou.

Perambula o arquétipo vida

A jazer seu amor na fumaça

A memória segue ressequida

Já é vácuo de toda desgraça,

Mas a noite renasce ao fonema

Da espera por um novo poema...