MORRER DE POESIA
Por mar encapelado desta vida humana
Em minha nau audaz eu tento navegar
Com áspera odisseia e por maré insana
Tentando a todo o custo nunca naufragar.
Fiz desta minha nau a esperança soberana
E nela coloquei minha arte de poetar
Fazendo-me à procela na pátria lusitana
Com as velas da alma sempre a esvoaçar.
Não sei se chegarei porque esta faina é dura
E há ondas alterosas neste bravo oceano
Com naus estranhas, concorrentes n´ aventura,
Por isso mesmo navegarei a todo o pano…
No mundo da Poesia, que anda tresmalhada,
Sem garra, sem conteúdo e sem destino certo,
Quero ser marinheiro de alma branca alada
Tecendo um horizonte sempre a descoberto.
Haver paixões de amor será mera fantasia
Paixão a sério é, sim, morrer pela Poesia!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA