MORRER DE POESIA

Por mar encapelado desta vida humana

Em minha nau audaz eu tento navegar

Com áspera odisseia e por maré insana

Tentando a todo o custo nunca naufragar.

Fiz desta minha nau a esperança soberana

E nela coloquei minha arte de poetar

Fazendo-me à procela na pátria lusitana

Com as velas da alma sempre a esvoaçar.

Não sei se chegarei porque esta faina é dura

E há ondas alterosas neste bravo oceano

Com naus estranhas, concorrentes n´ aventura,

Por isso mesmo navegarei a todo o pano…

No mundo da Poesia, que anda tresmalhada,

Sem garra, sem conteúdo e sem destino certo,

Quero ser marinheiro de alma branca alada

Tecendo um horizonte sempre a descoberto.

Haver paixões de amor será mera fantasia

Paixão a sério é, sim, morrer pela Poesia!

Frassino Machado

In JANELAS DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 30/10/2015
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