A Bocage
Ó pobre sonhador de mil amores!
Apenas para as senhoras vivia
Entregando seu coração dia após dia
Só para que o devolvessem com mais dores!
Sem compaixão arrancou todas as flores
Da grinalda da juventude e da poesia,
E de Deus, da Virgem, do Paraíso ria
Apesar de seus crescentes amargores!
Descansa por ora, e que teu Sado,
Teu túmulo de magna altivez,
Alivie a dureza de teu fado…
Enquanto as esperanças tu no além revês,
Contemplo eu o céu, e com um brado,
Clamo: “Oh! Quando chegará a minha vez?”