A Bocage

Ó pobre sonhador de mil amores!

Apenas para as senhoras vivia

Entregando seu coração dia após dia

Só para que o devolvessem com mais dores!

Sem compaixão arrancou todas as flores

Da grinalda da juventude e da poesia,

E de Deus, da Virgem, do Paraíso ria

Apesar de seus crescentes amargores!

Descansa por ora, e que teu Sado,

Teu túmulo de magna altivez,

Alivie a dureza de teu fado…

Enquanto as esperanças tu no além revês,

Contemplo eu o céu, e com um brado,

Clamo: “Oh! Quando chegará a minha vez?”

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 29/10/2015
Reeditado em 07/11/2020
Código do texto: T5431031
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