DESVÃOS

DESVÃOS

Tenho considerado quanta dor

Conheci n'estes páramos d'exílio.

Habito hoje os desvãos do domicílio,

Que tão vazios quanto um corredor...

Aonde ir se tão-somente sonhador

Idealizara a vida em doce idílio?

Se agora apenas tenho por auxílio

A noite mais escura em derredor?...

São soledades plenas de saudades

Nas noites desoladas por cidades

Que então parecem cinzas e vazias.

Se interpelo é por não ter as respostas.

Porém, tudo a que tenho dado as costas

Vejo me acompanhar em luas frias.

Belo Horizonte - 15 07 2003