NATUREZA EM SERENATA
Lá fora o vento sopra no arvoredo,
Compondo aos meus ouvidos, docemente,
Música de saudade cujo enredo
Transporta à minha amada a minha mente.
E por estar distante faço apelo
Ao vento seresteiro que sustente
A nota saudosista e folgo em tê-lo
Solidário comigo, aqui presente.
E enquanto o murici, na serenata,
Farfalha ao tocar da suave brisa,
A janaúba das flores desata
O bom cheiro de amor que concretiza,
Com a flor do pequi, cíclica sonata
De saudades que açoita e martiriza.
Humberto M. Feitosa