A NOITE MAIS ESCURA
A NOITE MAIS ESCURA
Às vezes quero tanto que amar dói...
Malgrado ainda à língua o gosto amargo
Conheça da consciência sob o encargo
De alimentar o mal que me corrói.
Se a memória o remorso 'inda remói
Para que da beleza passe ao largo.
Basta! Não mais seja a vida, sem embargo,
Um enredo à procura d‘outro herói...
Parecem com ganidos os meus ais...
Ou antes, com estertores de loucura
Soando através da noite mais escura.
Que em meio à escuridão vista jamais,
Só espero que a angústia me enlouqueça
E, esquecido de mim, também te esqueça.
Betim- 10 12 2001