REGENERAÇÃO...

SONETO I - As Horas...

Consumidas horas, hora porvindoura

No presente estou, ponteiro do segundo

No minuto, tic-tac, infecundo

Vejo levantar-se girassol que doura...

Mas, se o tempo nubla vem um vento, agoura

Cada ser se fecha dentro do seu mundo

Pelo intrincado medo mais profundo

Desta vida, de ventura imorredoura...

O amanhã desconhecido não se sente

Sempre esquece que é hoje a semente

Desprezado ouro, em leito de quimera...

Mas, a luz penetra as íris nos semblantes

Logo acorda os sentimentos dos amantes

Desejosos da futura primavera...

SONETO II- Conflitos...

Lembranças vagam como vendavais

Derribam olhos em tristeza imensa

Ruindo as roupas de cristais da crença

Deixando expostas ambições carnais...

E choras tu, irmão, que te distrais

Nas antes ilações, da mente intensa

Agora o desafio é teu... Que venças!

Mas, saibas: Deus contigo estarás...

Então olhais os lírios contemplados

E os passarinhos já alimentados

E no casulo o verme borboleta...

Terás as vestes pelo teu trabalho

Nutrir-te-ás da gota de orvalho

E voarás nas asas do planeta...

SONETO III - A Nova Estrada...

Poderás sim, contemplando lá de cima

Vislumbrar por todo lado o renovar

Deste homem preparando-se pra amar

Cinzelando em sua alma a obra-prima...

Novos campos, com os verdes de outro clima

Fontes lindas e alegres a cantar

Oxigênio renovado pelo ar

Refloresta...! Reflorida quem afirma...

E o pouso se fará de forma amena

Com o próximo olhar verás a cena

Num abraço d'um irmão, amor bendito...

Deixarás o homem velho na lembrança

Tomarás criança ao peito que avança

Pela estrada renovada do infinito...

Autor: André Luiz Pinheiro

10/10/2015