Falácias


Hoje, frente aos desígnios da vida, eu me prostro,
Ciente de suas nuances, como mero expectador,
Mesmo refugiado em mim, pois não me mostro,
Julgo que ainda tenho chances de encontrar o amor.

Não posso crer que este infindo tempo de procura,
Em que me mantive assim, recluso, a sua espera,
Tempo em que, por inúmeras vezes, a loucura
Foi minha companheira, no anseio desta quimera,

Julgando que afinal havia reencontrado o amor,
Imerso em seu interior a sonhar este sonho lindo,
Que ora vejo como falácia, sem qualquer pudor.

Mas, a cair de novo nesta tão antiga esparrela,
Creio melhor persistir assim, como ora me sinto,
Sozinho, vendo a vida passar defronte à janela.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 23/10/2015
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