Quando a mãe fala, acontece...

Quando eu era bem criança, miudeza de gente,

Minha mãe sempre me falava de bicho papão,

Às vezes porque teimava com ela, ou indolente,

Só agora eu percebo que ela estava com a razão.

Sempre quis ver esse tal bicho, sem esperança,

É; mamãe plantava essa idéia na minha cabeça,

Tinha medo sim, mas a coragem era abastança,

Pensa que deslembrei? Errou em cheio, esqueça!

Bicho papão mora dentro das pessoas, e é feio!

Isso porque elas abrem suas portas para o cruel,

E ainda se passam por santas; só elas têm o céu.

Mamãe também me disse que isso não tem freio,

Não só no escuro; e é preciso manter-se distante,

Porque essa gente tem na alma mundo intrigante.

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 21/10/2015
Código do texto: T5422217
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