Poesia devassa
Vive ali faceira, rondando o ócio do poeta,
Pernoita sem dar satisfações no seu baldio,
Às vezes o faz intelectivo, e ora tão pateta,
Na calçada da alma nua, de causar arrepio,
Devassa a poesia, frequenta botecos do imo,
Para qualquer guardanapo se joga desvestida,
Em fumaças de cigarro, trago de bebida, limo,
Tonta, estonteante roça depravada, pervertida.
E bêbada de si usurpa do bardo, alta voltagem,
Na barra do coração em pole dance se esfrega,
Em salto alto e sedução; o fecundo se entrega.
E em constante cio provoca na malandragem,
Possui inteiramente aquele profundo indefeso,
Sem vergonha lançar de si o cerne outrora teso.
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
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