Almas Outonais
Amor! Em essência - o que resiste às estações - puro,
O que traz afago, o que enxergamos vivo no futuro.
Por todas as estações um pouco de amor despejamos,
E no passar dos anos de fel a mel provamos.
Nossas pobres almas outonais presas à carne temporária,
Absorveram juntas da mesma dor temerária.
E mesmo com as folhas e flores belas morrendo,
A raiz se aprofunda ainda mais, permanecendo.
Finalmente! Esse amor profundo que durará além da juventude,
Cortejado por beijos ardorosos testemunhas de nossa completude.
Como um sol de outono, que em sua retirada no fim do dia
O mais puro e primoroso dos espetáculos irradia.
Se mesmo no outono fizemos florescer,
Então acredito que amor sempiternal há de ser!