O corvo
Às vezes certa angústia pousa em mim.
Tal qual uma agourenta aberração,
Que grasna por apreciar meu fim,
Bicando o meu exposto coração.
...E, pouco a pouco, faz o seu festim,
Sem ter qualquer remorso ou compaixão.
Abrindo as suas asas de nanquim,
Conduz a minha alma à escuridão...
Um pássaro maldito a destroçar-me
A alma com seus gestos infernais;
Estraçalhando até a minha carne.
... No entanto, um dos meus medos mais letais,
É indagar quando ela vai deixar-me,
E a ave responder-me: “_ Nunca mais!”