A Intrometida
Ela chegou um dia, de repente,
Tentando me enganar, me seduzir.
Mostrou-se fria, dura, indiferente,
Querendo prontamente me iludir.
Ficou sempre ao meu lado, tristemente,
Deixando mil lembranças ressurgir;
Fazendo o meu passado deprimente,
Na tela dos meus sonhos, se exibir.
Por pura obrigação, ou por pirraça,
Pegou, desajeitada, a minha mão,
E assim se apresentou, fazendo graça:
“_ Eu gosto de silêncio e escuridão,
Sou filha da tristeza e da desgraça,
Muito prazer eu sou - a Solidão!”