COM O “ESTETO” DO CORAÇÃO
Eu ouço as ruas, os vãos escuros das calçadas...
A vida castigada, os pulsos da solidão!
Pungente dor que vaga nos interstícios da alvorada
A sina tão cansada, a morte em prontidão.
Eu toco mais um corpo que já teve seu sentido
E o sussurro dum gemido me eclode em silêncio
Ao tudo que sequer pensou-se resolvido...
Que ora tomba sucumbido ao vão do meu alento.
Eu ouço o horizonte das vidas descartadas
E um sol tênue da paisagem se me põe em oração
Que clama seu pedido num grito de mutismo
Aonde um milagre espera pela minha mão.
Então também me ausculto ao meu entendimento:
Pulso só questionamento ao “esteto” do coração.
Nota: em homenagem ao dia do médico, porque hoje é o dia do médico impaciente.